sexta-feira, 16 de julho de 2010

Futebol, o Ópio do povo!

O ópio (do grego ópion, "suco de papoila", pelo latim opiu) é um suco espesso que se extrai dos frutos imaturos (cápsulas) de várias espécies de papoilas soníferas (gênero Papaver), e que é utilizada como narcótico.

O futebol para nós brasileiros nada mais é que um entorpecente, como disse um determinado autor de um determinado livro que li há pouco. A Copa do Mundo esteve aí e provou um pouco do que é o futebol para nós. Até mesmo àqueles que não assistem frequentemente o Campeonato Brasileiro puderam torcer pela seleção brasileira, ou qualquer outra.

Mas hoje eu vim escrever aqui porque eu preciso 'desabafar' com alguém. Se eu dissesse o que direi aqui para uma pessoa qualquer, essa pessoa diria ou pensaria que estou contando vantagem e não estou sendo humilde. Mas por trás de tudo isso, existe uma história de vida... a minha história de vida.

Se existe uma pessoa nesse mundo que sabe do que eu estou falando, é o meu irmão. Nós jogávamos futebol todos os dias antes ou depois da escola na pracinha em frente da casa da nossa avó. Ainda existe por lá uma quadra de futebol, um pouco diferente do que era, mas existe. Nossa rotina era baseada em futebol, futebol, e mais futebol...

Meu irmão era já desde pequeno um exímio desenhista, e lembro-me que ele já estava procurando saber um caminho profissional, apesar da pouca idade. Como eu sempre vi nele uma figura para ser admirada, procurava fazer as mesmas coisas que ele fazia. Então queria desde cedo decidir o que eu queria ser quando crescer. Mas o que eu sabia fazer naquela época? O que eu fazia com propriedade para levar como carreira pra vida inteira? Bem, jogador de futebol eu não queria ser, até porque, eu nunca tive o espírito competitivo o suficiente para jogar profissionalmente. Eu jogava porque amava simplesmente o fato de fazer o 'racha' sem compromissos. Dar um drible, fazer um gol... e depois colocar a bola debaixo do braço e entrar pra dentro de casa. Isso na minha opinião, é a paixão pelo futebol... não receber para ter prazer em jogá-lo.

Fomos morar em Campinas-SP, e chegou a minha primeira Copa do Mundo, a de 1994 nos EUA. Assistia àquelas partidas como se fosse um culto na igreja. Via cada movimento dos jogadores, então quando terminavam os jogos (todos os jogos, não só da seleção brasileira) eu pegava minha bola, colocava minha chuteirinha e ia pra rua imitar os jogadores. Escrevendo aqui, contando isso, lembro perfeitamente da época (foi ontem!).

Não sei exatamente o dia que eu soube que queria fazer o que eu sou hoje, mas lembro que tinha por volta de 10 anos de idade. Eu era um péssimo exemplo dentro da sala de aula, tirava notas baixa em Português e Matemática. Meus pais sofriam comigo para passar de ano... mas quando eu ia para as aulas de Educação Física, tudo mudava. Sempre me destaquei em todas as modalidades, porque eu tinha prazer em praticar esporte. Sempre fui muito atento e observador, e eu via meus professores de Educação Física com outros olhos. Olhava suas roupas, seus tênis, suas atitudes, e sentado num dia comum de aula de Educação Física eu falei pra mim mesmo: "Quero ser como o meu professor de Educação Física... Quero ser Professor de Educação Física".

Uma história que não foi preciso teste vocacional... uma história que foi construída durante a minha infância e adolescência... uma história que está presente na minha juventude e se preservará na minha vida até a minha velhice. Conquistei o título de professor e quero encontrar alunos como eu fui na minha época.

O futebol me mostrou o caminho. Foi o início de tudo pra mim, e em certos momentos da minha vida em determinados 'rachas' que eu participo atualmente, mostra o quanto esse esporte é importante pra mim. Eu o amo e praticarei enquando puder... enquanto Deus quiser.

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